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Entrevista: como foi o começo do Aprendiz COOPEEB?

Já falamos algumas vezes por aqui sobre como foi o começo da COOPEEB, a cooperativa responsável pelo Aprendiz Coopeeb. Para a publicação de hoje entrevistamos uma das idealizadoras do Aprendiz, a professora Gladis Gliese, que foi a primeira coordenadora do Programa.

Como o Aprendiz Coopeeb começou?

Em 2007 o Sescoop RS resolveu passar a oferecer turmas do aprendiz próprias. Eles faziam contrato com os outros S’s – Sesc, Senac, etc. – e por conta disso eles tinham que pagar essas turmas. Então eles resolveram abrir turmas próprias e pensaram em iniciar com duas cooperativas, uma delas seria a COOPEEB. Eles nos contataram e explicaram o processo.

Nós tivemos que começar do zero: nós não tínhamos um programa, nós não tínhamos apostilas, nós não sabíamos nada. Então a primeira providência foi ler e entender a Lei da Aprendizagem. Nós tínhamos um prazo bem apertado, cerca de um mês até começar. Nesse momento então o Valdir (Bernardo Feller, presidente na época da COOPEEB) me chamou para encabeçar esse processo de iniciar a turma. Na época eu era professora de Educação Artística no Concórdia e aceitei o desafio.

Nós tivemos que montar um programa a partir de outros programas. Inicialmente tivemos um curso único de Auxiliar Administrativo que consistia em uma parte toda teórica e na sequência as atividades práticas. No começo também o Sescoop não forneceu os aprendizes: nós tivemos que buscar jovens para preencher as turmas. Começamos inicialmente em parceria com o Sicredi e com a Unimed. Para fechar a primeira turma chamamos os professores do Concórdia e iniciamos com as disciplinas de Cidadania e Ética, Português, Matemática e Empreendedorismo.

Como ocorreu a expansão para outras cidades?

Em 2009 surgiu um novo desafio: uma turma em Teutônia e outra em Encantado. E aí surgiram os desafios “como vamos?”, “quem vai dar aula?”. Saímos eu, Valdir (Bernardo Feller) e o Cícero (Olson Carrillo) em busca de professores e cooperativas. Eu mesma dei aula em Teutônia e Encantado, mas em Teutônia também desde o começo tivemos professores locais. Então no nosso terceiro ano expandimos para quatro turmas, em três cidades.

De 2009 para 2010 deu um salto porque aí aumentou muito o número de turmas. Entraram as cidades de Lajeado e Montenegro. Além disso, as turmas da Dália (Encantado) aumentaram muito de número, porque a Dália é uma cooperativa muito grande e precisou expandir a contratação de aprendizes para se adequar à cota estabelecida.  Em 2011 surgiu uma nova parceria em Picada Café: a Coopershoes, que precisava de três turmas: uma em Picada Café, outra em Garibaldi e mais uma em Veranópolis. Eu nunca morri de tédio no Aprendiz porque sempre surgiram muitos desafios!

Há alguns anos já que o Aprendiz tem turmas para pessoas com deficiência. Como foi esse processo?

Foi uma experiência muito enriquecedora. Em 2012 formamos as duas primeiras turmas: uma para a Coopershoes, em Novo Hamburgo, de Auxiliar Calçadista. E uma outra turma que nós abrimos no mesmo ano foi para a Dália, em Encantado, de Auxiliar Administrativo. Em Novo Hamburgo, se não me engano, um de nossos alunos segue lá até hoje, trabalhando no Almoxarifado.

Como você percebe a importância do Programa para a formação dos jovens?

A maioria dos nossos aprendizes são pessoas que precisam trabalhar desde cedo, seja para ajudar as famílias ou para garantir seu próprio acesso à alguma renda. Então uma vantagem que eu sempre observei foi a de que se eles vão para uma entrevista de emprego, eles não vão crus. E isso tem ajudado eles muito. Quando eles buscam empregos com esse certificado de Aprendiz na mão é muito mais fácil. Muitas vezes quando eu ia para cidades como Encantado, Lajeado, Teutônia… eu entrava em alguma loja e dava de cara com algum aprendiz trabalhando lá e sempre ouvia “Ah, professora, eu estou aqui por causa do curso, porque o curso me deu uma base e eu consegui esse emprego”.

E também tem a possibilidade de estudo. Uma coisa que eu sempre fiz questão de falar para eles foi “nunca deixem de estudar”. E até em uma das minhas últimas visitas à cooperativas, eu já nem era mais Coordenadora, mas participei de uma visita à Coopershoes. E foi muito legal porque quando chegamos lá e encontrei um ex-aprendiz, que estava, agora, acompanhando um adolescente que estava naquele período participando do Aprendiz. E uma das coisas que ele me disse foi: “Professora, lembra quando você dizia que era para continuarmos estudando? Pois é, eu fui fazer um curso de Técnico em Informática e estou aqui”. E eu sempre dizia para eles também que se eles fossem efetivados nas cooperativas, eles poderiam seguir estudando solicitando o apoio do Fates. E foi o que ele fez. Então ao longo desse tempo eu consegui acompanhar alguns resultados muito legais.

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