Como já falamos por aqui, o Programa Jovem Aprendiz COOPEEB é uma oportunidade para jovens iniciarem sua vida profissional. O Programa permite o ingresso de jovens a partir dos 14 anos de idade, tornando-se uma primeira forma de acesso também à própria renda.
Além do aprendizado teórico e prático, os aprendizes têm ainda a chance de, ao terem contato com as cooperativas, garantirem a efetivação após o término do período enquanto aprendizes. Esta é a realidade de muitos de nossos ex-alunos e, a partir de hoje, nós contamos aqui as histórias de alguns deles.
Começaremos com a Nicole Pereira, que ingressou em uma de nossas turmas no ano 2019, na cidade de Porto Alegre. Nicole desenvolveu a parte prática do curso na Unimed Porto Alegre e, ao finalizar esse período, foi contratada pela cooperativa e atualmente trabalha no setor de RH da empresa.
Confira abaixo nossa conversa com ela:
Quando você foi aluna do Programa Aprendiz COOPEEB?
Eu entrei no ano de 2019, na turma 2019 A de Porto Alegre. Nós finalizamos o curso em 2020, já com o formato de ensino híbrido.
Hoje você trabalha na Unimed, cooperativa onde você desenvolveu a parte prática do curso. Como foi a proposta para a contratação?
Desde o início, quando eu comecei a ter contato com os meus colegas do RH, meu chefe, todos me diziam que se eu me esforçasse eu ia conseguir ficar. Quando eu estava a mais ou menos duas semanas de terminar o curso e nossa formatura estava próxima, a Unimed marcou uma entrevista para conversar comigo sobre a ideia de eu ficar no estágio.
E você deu continuidade aos estudos?
Sim, hoje eu curso Tecnólogo em Gestão de RH. Sempre gostei dessa área mais humana, de trabalhar com pessoas. Eu não sabia muito bem, o Aprendiz foi minha primeira experiência com o mercado de trabalho. Minha ideia inicial sempre foi cursar Psicologia e eu ainda quero muito, mas o RH está me abrindo um leque de possibilidades, além de uma paixão, porque eu continuo trabalhando com isso e amando.
Nesse sentido, como você considera que o Aprendiz COOPEEB te auxiliou na busca não só de um trabalho, mas de uma área de atuação que você se identifica e hoje dá continuidade?
O curso desenvolve tudo que você precisa saber para trabalhar em qualquer setor dentro de uma empresa. Porque no começo nós não sabemos ainda para qual setor seremos destinados. Então, somos desenvolvidos para diferentes áreas: administrativa, financeira, comunicacional. Eu acabei indo para o RH porque esse sempre foi o meu perfil, em uma primeira entrevista eles já identificaram meu perfil e eu permaneço no RH até hoje.
Nesse sentido, o curso foi muito importante porque foi uma primeira aproximação com o mercado de trabalho e eu pude ter contato com diferentes setores e descobrir minhas habilidades. Por exemplo, eu já sei que a área financeira não é a que me interessa. As provas, os trabalhos e a própria prática fazem você perceber essas coisas. A cooperativa também é muito importante porque os profissionais conseguem captar qual é seu perfil e te colocar nessa área para que você se desenvolva. Não é algo que se torna pesado porque você é encaminhado para onde vai se desenvolver.
Além disso, os professores também conseguem distinguir e analisar nossas capacidades ao longo das aulas e dos trabalhos. Eles me diziam que eu tinha que ir pro RH e foi assim que eu percebi. Aquela dúvida que eu tinha no Ensino Médio acabou porque com o Programa eu tive essas confirmações.
E como você analisa sua experiência em um ramo cooperativista?
Desde o período no Jovem Aprendiz eu já estava ansiosa de que o curso terminasse e eu não conseguisse continuar naquele meio organizacional, por conta da maneira que eles lidam com as coisas e com as pessoas. Tanto os colegas de trabalho quanto o público externo, nós aprendemos que temos que tratar a todos da mesma maneira. Então, o meu medo sempre foi o de terminar o curso e ter de ir para um outro modelo organizacional que não fosse cooperativo, tinha medo de que não conseguisse me adaptar.
Resumidamente, considero o meio cooperativo o melhor meio, não me vejo hoje trabalhando em um lugar diferente, porque aqui me encontrei. Claro que esse é o primeiro contato, mas me vejo em uma família. Por ser uma cooperativa o “pensar no outro” está sempre muito presente, e a ajuda com o próximo também. O cooperar para que os resultados sejam alcançados é sempre muito estimulado, mas sempre atentando para que esses resultados sejam conquistados em equipe. Isso me toca e me chama muito a atenção.
A primeira oportunidade que eu tive realmente foi diferenciada, então não tem como esquecer. Quando surgiram problemas pessoais, todos me acolheram e hoje eu sigo lá e todos seguem me apoiando. Então com certeza é uma oportunidade que eu vou levar pro resto da vida. Não tem como esquecer.
E que recado você daria para os jovens que estão hoje no Aprendiz COOPEEB?
O Aprendiz é o início de tudo e isso eu jamais vou esquecer. Às vezes eu chegava em casa muito cansada, porque eu saía às 7h da manhã de casa e chegava só à noite e inicialmente isso é muito difícil e nós podemos até achar que não vamos conseguir, mas isso é o que nos fortalece, nos capacita e dá força para seguir. Eu falo muito isso para minha irmã, a Clara, e ela já se esforça muito com o colégio, e assim que tiver oportunidade, vou inscrever ela para que ela possa dar esse salto como eu pude dar. Além dela, meu afilhado passou recentemente no Programa, e eu repassei meus livros de estudo para ele, então é muito legal ver pessoas próximas passando pelo que eu passei.
Espero que os próximos jovens que forem contratados valorizem muito essa oportunidade, porque assim como não é fácil para as empresas abraçarem os aprendizes, também não é fácil para quem dirige o curso.
E para os professores?
Sempre tivemos professores maravilhosos, e eu via que todos estavam atuando com muito amor, muita vontade e muito carinho. E eu quero agradecer à COOPEEB e ao Sescoop, de coração, por esse trabalho maravilhoso e dizer para que continuem chegando até mais jovens porque isso realmente faz a diferença. É muito importante esse trabalho de valorização dos jovens e de oportunidade para dar esse primeiro salto na vida. Obrigada!